O MUNICÍPIO DE SANTA TERESA
Santa Teresa, “Beija Flor do Espírito Santo”, conforme é também conhecida graças à abundância desses pássaros na região e principalmente por ser a terra onde nasceu e viveu Augusto Ruschi, o pioneiro nas pesquisas com beija-flores, Patrono da ecologia do Brasil, é uma cidade cercada por verdejantes montanhas, situada na região serrana do Estado. Com cerca de 40% de seu território coberto com remanescentes da Mata Atlântica segundo pesquisadores, registra-se ali uma das mais altas biodiversidades do mundo.
O trabalho desenvolvido por Ruschi projetou o município internacionalmente, quer seja para pesquisadores quer para os amantes da natureza (das aves, inclusive). A cidade recebe anualmente diversos grupos de observadores de aves “bird-watchers” e outros estudiosos da natureza. Neste pedaço de paraíso terrestre, trilhas ecologicamente corretas e cachoeiras dotadas de infra-estrutura receptiva oferecem aos visitantes um amplo e agradável convívio com a natureza. A colonização por imigrantes europeus, principalmente italianos e alemães, poloneses e suíços a seguir, constitui a marca da cultura local, o que pode ser observado na tradição culinária e nas diversas cantinas que produzem vinhos, licores, cachaça, famosos em todo o Estado. E, para coroar, um clima agradabilíssimo, com temperatura média de 18°C.
A 78 km da Capital, Vitória e a 675 m. do nível do mar, Santa Teresa conta com 20.645 habitantes, cerca de 9.730 na zona urbana e 10.915 na zona rural. A população, em sua maioria, é de origem italiana.
Colonizada nos anos de 1874/75, a fundação é comemorada em 26 de junho, pois foi nessa data, em 1875, que houve a distribuição dos lotes de terra aos imigrantes por parte do Governo.
HISTÓRICO DA FUNDAÇÃO
A história de Santa Teresa teve início em 1874/1875, quando chegaram os primeiros imigrantes, muitos daqueles componentes da Expedição Tabacchi que chegaram a Vitória no dia 17 de fevereiro de 1874, e, em virtude do fracasso do projeto de Pietro Tabcchi, integraram o grupo composto pelas 60 famílias que do navio “Rivadavia”, destinadas à localidade que hoje é Santa Teresa, desembarcaram em Vitória no dia 31 de maio de 1875. Nas canoas vieram para o “Porto de Cachoeiro” (hoje Santa Leopoldina) e a pé, através de picadas abertas na floresta, chegaram ao alto da Serra.
A distribuição dos lotes de terra deu-se no dia 26 de junho de 1875. Quanto ao nome, “Santa Teresa”, muito embora existam outras hipóteses cogitadas, a mais aceita pela população resultou do seguinte acontecimento: Onde hoje está a Igreja Matriz, existia um soberbo pau-peba que fora respeitado pelos valentes machados. Sob sua vasta cabeleira, capaz de abrigar muitas pessoas, os imigrantes reuniam-se à tarde para rezar. Foi numa tarde de primavera, 15 de outubro de 1875, quando um raio de luz solar penetrava através da folhagem incidindo sobre uma cavidade existente no tronco da árvore, como se fora um nicho, “ que uma devota aparece com uma imagem de Santa Teresa e a coloca no altar silvestre encantado …” Relato de Frederico Müller, in “ Fundação e Fatos Históricos de Santa Teresa”, 1925.
As correntes migratórias provenientes da Itália continuaram e, em 1877 chegaram os primeiros alemães, suíços e poloneses. Os colonos dedicaram-se à agricultura, (café e cereais), e, seguindo a tradição de seu país, tentaram também a sericicultura e a viticultura. Mas, a atividade que prosperou de fato foi a cafeicultura, que até os nossos dias permanece como a principal atividade agrícola de nosso Município. Hoje está em franco desenvolvimento a viticultura, com grandes perspectivas de sucesso, dando margem também à produção de vinho. Existe também a pecuária leiteira, com grande destaque, devido à apurada tecnologia que ali se adota.
A pequena vila desenvolveu-se rapidamente. Aos 22 de fevereiro de 1891 houve a instalação oficial do Município de Santa Teresa. Em 1895 foram criadas a Comarca e a Paróquia e em 1995 houve desmembramento do distrito de São Roque do Canaã, dando origem a um novo Município com o mesmo nome.